São Paulo – A agenda de hoje nos Estados Unidos contém indicadores que mostrarão mais claramente como anda a saúde da principal economia do mundo, de acordo com analistas de mercado. Ainda nesta manhã é esperada a primeira prévia do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no quarto trimestre do ano passado. No final da tarde, às 17h15, haverá o anúncio da decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sobre o rumo da taxa básica de juros naquele país.
Os agentes do mercado têm expectativas de um corte entre 0,25 e 0,50 ponto percentual. Essa divergência, de acordo com a corretora do banco Real, deve gerar tensão durante o dia de hoje. O comunicado do Federal Open Market Comitte (Fomc), que acompanha o anúncio da decisão, também será avaliado com atenção e pode provocar turbulências se tiver um tom muito pessimista. Nesta manhã, os principais mercados operam com desvalorização.
Os dados do PIB serão divulgados hoje pelo Departamento do Comércio norte-americano às 11h30 e devem mostrar desaquecimento da economia. As estimativas apontam para um crescimento da ordem de 1,2%, após o avanço de 4,9% registrado no terceiro trimestre. Além disso, a Associação dos Bancos Hipotecários (MBA) anuncia, às 10h, o índice de pedidos de hipotecas na semana encerrada em 25 de janeiro. Na semana passada o indicador avançou 8,3%. Já às 11h15, a Automatic Data Processing (ADP) e a Macroeconomic Advisers anunciam uma espécie de prévia do número de postos de trabalho criados em janeiro. Em dezembro de 2007, as estimativas foram de abertura de 40 mil vagas. E às 13h30, o Departamento de Energia norte-americano (DoE) e o Instituto Americano do
Petróleo (API) divulgam seus relatórios semanais sobre os estoques de petróleo.
Entre as notícias de empresas, o setor de telecomunicações é destaque. A Brasil Telecom (BrT) divulgou seus resultados referentes ao quarto trimestre e ao ano de 2007 ontem, depois do fechamento do mercado. O lucro líquido da companhia caiu 23,2% no quarto trimestre de 2007 (para R$ 205,6 milhões) em comparação com o mesmo período do ano anterior. Já no acumulado do ano, o valor apresentou incremento de 42,7%, somando R$ 671,3 milhões.
Entre outubro e dezembro de 2007, a receita líquida da BrT somou R$ 2,8 bilhões, 4,9% a mais do que o registrado no último trimestre de 2006. O ebitda (lucro antes dos juros, impostos, amortizações e depreciações) totalizou R$ 902,3 milhões, valor 4,7% menor do que os R$ 947,1 milhões obtidos em igual período de 2006.
A receita bruta total com os serviços de telefonia móvel prestados pela companhia no quarto trimestre de 2007 foi de R$ 4,6 milhões, 19,9% superior à registrada no quarto trimestre de 2006. Já a receita bruta com serviços de transmissão de dados no mesmo período aumentou em 18,1%, para R$ 735,3 milhões. Os serviços de telefonia fixa totalizaram R$ 2,8 bilhões, registrando queda de 1,4% em relação ao quarto trimestre de 2006.
No acumulado do ano, a receita líquida foi de R$ 11,058 bilhões, crescimento de 7,4% sobre 2006. O ebitda em 2007 totalizou R$ 3,7 bilhões, 8,7% mais do que no ano anterior.
As ações preferenciais da Brasil Telecom Participações (BRTP4) subiram ontem 6,73%, a R$ 16,65, refletindo principalmente o anúncio do ministro das Telecomunicações, Hélio Costa. O ministro confirmou ontem a jornalistas no Rio de Janeiro que a BrTe a Oi (ex-Telemar) pretendem fazer uma recomposição acionária. Segundo o ministro, as empresas confirmaram na segunda-feira essa
intenção. Uma mudança é necessária para permitir a fusão das companhias, e deve demorar entre 15 e 30 dias. O assunto será discutido dentro do conselho consultivo da Anatel. Após esse prazo, a decisão caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os papéis ordinários da BrT (BRTP3) passaram o dia em queda, mas reverteram o sinal e fecharam praticamente estáveis, em ligeira alta
de 0,02%, a R$ 50,01. Já entre as classes de ações da Telemar, as preferenciais (TNLP4) avançaram 3,37%, a R$ 43,81. As ordinárias (TNLP3) aumentaram 3,36%, sob preço de R$ 70,80.
Já a Tim anunciou ontem parceria com o Google, em que os assinantes da companhia terão acesso à versão móvel do site de vídeos Youtube. Numa segunda fase do projeto, também será disponibilizada a ferramenta de buscas Google. O acordo faz parte da estratégia da empresa de oferecer conteúdo aos seus assinantes de 3G (terceira geração de telefonia móvel), que, de acordo com o presidente da Tim Participações, Mario César Pereira de Araújo, terá início ainda no primeiro trimestre deste ano. A Tim pagou R$1,5 bilhão pelas freqüências de 3G, em leilão realizado pela Anatel em dezembro de 2007 e garantiu presença nacional. As ações preferenciais da Tim (TCSL4) ontem subiram 3,26%, a R$ 6,33, enquanto as ordinárias aumentaram 0,64%, para R$ 7,90.
No setor de aviação, a Gol Linhas Aéreas informa a suspensão dos vôos de sua controlada, VGR, diretos para Londres a partir de 01 de março e para Frankfurt e Roma a partir de 29 de março. A mudança faz parte da nova estratégia da companhia que, a partir deste mês, vai concentrar o serviço de longo curso da VRG do Brasil para Europa em dois destinos: Paris e Madri. Clientes com
passagens compradas para os destinos suspensos após as datas citadas devem procurar a companhia.
Ainda em 2008, a Gol pretende iniciar vôos da VRG para os Estados Unidos e manterá suas operações diárias para Argentina, Chile, Colômbia, Venezuela e México. As conexões para outras cidades serão oferecidas por meio de companhias aéreas parceiras. No segmento doméstico, a empresa acaba de iniciar os trechos Porto Alegre-Brasília, Belo Horizonte (Confins)-Rio de Janeiro (Galeão) e Belo Horizonte (Confins)-Brasília, que serão operados com aeronaves Boeing 737 Next Generation. Na terça-feira, os papéis da empresa (GOLL4) subiram 7,16%, a R$ 35,75.
Mercados internacionais
Nos Estados Unidos, os mercados futuros operam com perdas. O futuro do Nasdaq, com vencimento em março de 2008, recuava 0,44%, aos 1.804 pontos, enquanto o futuro do S&P 500, com vencimento no mesmo mês, caía 0,12%, aos 1.360,40 pontos.
Na Europa, os principais mercados também cediam. O índice FTSE 100 da Bolsa de Londres tinha desvalorização de 0,83 %, aos 5.836,2 pontos. Já o DAX 30 da Bolsa de Frankfurt registrava depreciação de 0,39%, aos 6.865,58 pontos, enquanto o CAC 40 da Bolsa de Paris diminuía 1,29%, para 4.877,28 pontos.
No mercado asiático, a principal queda do dia foi na bolsa de Seul, que teve perdas de 2,98%. O índice Kospi fechou o dia aos 1.589,06 pontos. Na bolsa de Hong Kong, o Hang Seng cedeu 2,63%, para 23.653,70 pontos. O índice Nikkei 225, o principal da bolsa de valores de Tóquio, registrou depreciação de 0,99%, aos 13.345,00 pontos. E na China, o índice Xangai Composite recuou 0,90%, terminando o dia aos 4.417.85 pontos.
Em Londres, o contrato do barril de petróleo do tipo Brent para março subia 0,81%, a US$ 92,75. Em Nova York, o WTI com vencimento em março tinha valorização de 0,99%, a US$ 92,55.
Câmbio
O contrato futuro de dólar, com vencimento em fevereiro, tinha desvalorização de 0,08%, cotado a R$ 1,778.
Juros
Os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2009, negociados na BM&F, operavam em queda de 0,08%, projetando taxa de 11,92%. Já os contratos com vencimento em janeiro de 2010 tinham valorização de 0,15%, para 12,7%.
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que o Indice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) registrou inflação de 1,09% em janeiro, após a alta de 1,76% verificada em dezembro. Com isso, o indicador acumula alta de 8,38% nos últimos 12 meses.
A mediana das projeções das instituições financeiras ouvidas pela Agência Leia para o IGP-M de janeiro apontava para uma inflação de 0,98% no mês. As projeções dos economistas consultados para o Termômetro Leia variaram entre 0,61% e 1,17%. Pelo conceito de mediana, 50% das projeções estavam acima de 0,98% e 50% abaixo.
Entre os componentes do indicador, o Indice de Preços por Atacado (IPA) subiu 1,24%- em dezembro foi de 2,36%. O Indice de Preços ao Consumidor (IPC) apresentou inflação de 0,96% em janeiro. No mês anterior, a alta havia sido de 0,67%. E o Indice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou, em janeiro, inflação de 0,41%, ante alta de 0,43% em dezembro.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
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